sexta-feira, 5 de agosto de 2011

SIGA O SEU «EU»

Temos sonhos e queremos acreditar neles. Estamos disponíveis para ir até ao fim do mundo por um simples objectivo de vida. Depois vamos crescendo, vamos moldando a nossa personalidade, o ângulo de visão vai-se tornando mais estreito, a sociedade começa a estabelecer-nos limites, a família diz-nos que há caminhos mais «credíveis» e «certos», os amigos condicionam-nos. E vamos fazendo escolhas. Muitas vezes que nem compreendemos. Escolhas que levam a novas encruzilhadas e a novos caminhos. Perdemos a ingenuidade. Mas tentamos manter o sonho. Chegam os preconceitos, aparecem os obstáculos. Aprendemos a não nos revoltarmos, a aceitarmos as regras, a seguir o que está padronizado. A desistir, ou a aceitar que nem tudo o que queremos poderemos ter. Enchem-nos de falsos conceitos, de verdades pré-fabricadas e um dia já não sabemos muito bem onde estamos. Mas todos nos dizem para caminhar, que «a vida é assim». Mas não tem de ser. Não deveria de ser. Acredito que devemos sempre manter os nossos sonhos. E que devemos sempre questionar tudo. Da sociedade, aos conselhos que nos dão. Das regras que estão estabelecidas aos caminhos que nos querem impor. E que devemos lutar contra tabus e preconceitos. É difícil. É quase impossível. Mas se calhar este é o meu sonho. E tento mantê-lo aceso. Quando olho para a HAPPY deste mês há artigos de que não consigo fugir. «Como enfrentar o vazio» é um deles. Continua a ser um tabu. É como a tristeza ou a depressão, parece que não temos direito a «cair no buraco». Por vezes, depois de tantos sonhos, de tantas escolhas, de tanto condicionamento, chega um dia e só lá está nada. Tudo perdeu sentido. Os testemunhos desse artigo dizem tudo. E se ler os resultados do inquérito sobre comportamento que fizemos este mês descobre que mais de 80 por cento dos inquiridos assume que já esteve deprimido (ou à beira de uma depressão). Afinal que mundo é este? Para onde estamos a caminhar?
Está na altura de mudar. De vivermos a nossa vida como a sonhámos e de ser a sociedade a adaptar-se a nós e não o contrário. Até porque como diz Mark Rowlands, filósofo, no livro «O filósofo e o lobo»: «No final as artimanhas do primata não dão em nada; a sua esperteza um dia vai atraiçoar-nos e a sorte macaca acaba. A seguir, é quando se descobre o que é importante na vida. E não tem nada a ver com os estratagemas, a esperteza e a sorte nos proporcionaram; é o que resta quando tudo isso acabou. Somos muitas coisas. Mas o eu mais importante não é o que conspira; é aquele que fica quando as conspirações falham. O eu mais importante não é o que se delicia na sua artimanha; é o que fica quando as artimanhas o deixam para morrer. O eu mais importante não é o que goza a sua sorte; é o que continua quando a sorte se vai embora. No fim de tudo, o primata há-de sempre falhar-nos. A pergunta mais importante que podemos colocar a nós próprios é: quando isso acontecer, quem é a pessoa que resta?»

Editorial Happy de Agosto de 2011



Hoje, trouxe-vos este editorial que li na revista Happy deste mês. Acho que nós nunca devemos esquecer os nossos sonhos, nem nunca devemos aceitar as coisas que não gostamos só porque nos dizem para aceitar. Este editorial fala-nos muito sobre isto. 
O que achas que devemos fazer? Aceitar o que os outros querem ou o que nós queremos? Escolher os nossos sonhos ou deixar que os outros os escolham por nós? Pensar só no dinheiro que vamos ter, mais tarde, em determinada profissão, ou pensar na felicidade que essa profissão nos vai trazer? 
As minhas respostas são que nós devemos aceitar o que queremos e não o que os outros querem. Somos nós quem deve escolher os nossos sonhos e não os nossos pais, familiares ou amigos. Pensar na felicidade que a nossa profissão nos vai trazer e não no determinado dinheiro que outras e determinadas profissões nos vão proporcionar. 
- Pai e Mãe, eu vou para Artes, não para medicina. 

2 comentários: