quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012


Ela sabia, mas não o queria admitir. Era algo que nem a sua mais forte defesa alguma vez poderia aguentar. 

Era aquela maneira como eles se olhavam e viviam uma vida em apenas um segundo. A maneira como falavam um com o outro abstraindo-se do resto da multidão, do resto dos problemas. A timidez que os possuía quando se viam. Aquele rubor que lhes aflorava os rostos sempre que apenas pensavam um no outro. Todos os minutos que contavam até se falarem.
Ela não queria admitir que se importava com ele, que gostava muito dele, talvez mais do que o que imaginava, ou até que um dia viriam a se amar. O que ambos tinham um pelo outro não era apenas um grande carinho, como gostavam de dizer, mas sim um grande amor.
 Um amor que era puro e bonito. Não era possessivo ou complicado como muitos são, era apenas genuíno. Completavam-se mutuamente, ouviam-se, falavam, partilhavam, riam-se, ajudavam-se.
Eles não se apercebiam do que sentiam, e todas as vezes que aquela ligação era abalada era como se uma pequena parte deles morresse pois só o simples pensamento de terem de viver um sem o outro era avassalador, inimaginável. 

Marina Pinho

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